
Os brasileiros sabem: servidores públicos e aposentados têm mais facilidade para conseguir empréstimos. Mas agora, trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), ou seja, que têm a carteira assinada, também poderão ter acesso a créditos mais baratos.
O consignado para CLT é a nova proposta do Governo Federal. Com o lançamento do Crédito do Trabalhador, como é chamado o programa, mais de 47 milhões de brasileiros poderão ter acesso a empréstimos que serão descontados diretamente nos salários.
Como vai funcionar?
Desde a última sexta-feira, 21 de março, os trabalhadores brasileiros contratados pela iniciativa privada, empregados domésticos, trabalhadores rurais e aqueles contratados por Microempreendores Individuais (MEIs) já podem consultar e contratar as oportunidades oferecidas pelos bancos diretamente no aplicativo da Carteira Digital.
A tendência é que os créditos tenham taxas menores de juros, uma vez que os valores contratados serão descontados diretamente do salário dos trabalhadores. Esse fator reduz drasticamente a possibilidade de inadimplência, que ocorre quando o contratante do empréstimo deixa de pagar as suas parcelas ou atrasa.
Por isso, os bancos oferecerão taxas mais atrativas para os clientes. Além disso, a expectativa do Governo Federal é que o consignado para CLT esteja disponível até mesmo aquelas pessoas que antes não tinham acesso a empréstimos, já que o cenário será de mais segurança para as instituições credoras.
Simulação do consignado para CLT
Veja abaixo o passo a passo para fazer a simulação de seu empréstimo consignado:
- Caso ainda não tenha, baixe o aplicativo Carteira de Trabalho Digital em seu smartphone.
- Após fazer login no aplicativo, vá até a opção de empréstimo consignado para CLT.
- Insira o valor do empréstimo que gostaria de contratar e as parcelas.
- Você verá uma solicitação de autorização para que as instituições credoras tenham acesso a dados essenciais do e-Social, plataforma onde estão registrados dados fornecidos pelo empregador sobre os trabalhadores.
- A partir da sua autorização, os bancos terão 24 horas para fazerem as ofertas de empréstimos. Você poderá analisar a melhor opção e seguir, caso queira, com a contratação.
Neste momento, toda a contratação será feita somente pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital. A partir de 25 de abril, os bancos poderão oferecer essa opção diretamente em seus aplicativos.
Descontos no salário
Muitas pessoas têm medo de descontos automáticos em suas contas correntes. Mas o consignado para CLT já traz diversas regras que ajudarão o trabalhador em sua decisão. Uma das premissas, por exemplo, é que a parcela do empréstimo não poderá comprometer mais que 35% do salário do trabalhador.
Exemplo: se o trabalhador recebe R$ 2 mil mensalmente (valor líquido), a parcela do empréstimo não poderá ser superior a R$ 700,00. Sendo assim, o salário disponível para os demais compromissos do cidadão será de R$ 1.300,00.
O que ocorre em casos de demissão?
Outro ponto importante é que o Crédito do Trabalhador já traz previsibilidade para os casos de demissões. Dessa forma, se você contratar o crédito e for desligado durante a vigência do contrato, existe um teto estabelecido do que poderá ser descontado de suas verbas rescisórias.
Nesses casos, ficou estabelecido que poderá ser descontado 10% do valor do saldo do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) e até 100% da multa rescisória, que é equivalente a um acréscimo de 40% sobre o saldo do FGTS.
Mas se o trabalhador apenas mudar de emprego, o desconto será realizado normalmente em seu salário recebido pela nova empresa. É por isso que a plataforma de empréstimos tem como base o e-Social, que traz todos os dados essenciais para que as operações de consignado para CLT ocorram de forma organizada.
Anteriormente ao lançamento do Crédito do Trabalhador, já era possível que trabalhadores celetistas contratassem empréstimos consignados. Mas o processo era burocrático, entre outros fatores, pela falta de integração de dados, além da exigência da criação de convênios entre empregadores e bancos.
Com o programa, mais de 80 instituições financeiras do mercado terão acesso aos dados - desde que o trabalhador concorde com o compartilhamento -, facilitando a vida dos cidadãos brasileiros e garantindo mais segurança sobre o recebimentos dos valores pelos bancos.
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