
O Ministério da Fazenda divulgou, na última quinta-feira, uma série de medidas referentes ao Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF). O aumento do IOF, de acordo com o Governo Federal, representa um ajuste das alíquotas que busca equilibrar as contas fiscais, ou seja, aumentar a arrecadação para impedir que os gastos públicos excedam o teto.
Confira abaixo como o aumento do IOF terá seus efeitos sentidos no dia a dia e por que foi alvo de críticas.
O que é o IOF?
Para entender melhor o assunto, é necessário entender o que é o chamado Imposto sobre Operações Financeiras - abreviação de seu nome (sigla acima). Os valores do IOF são cobrados sobre quase todas as transações financeiras nacionais e internacionais. E esse imposto cumpre dupla função: é uma forma de arrecadação para o governo e, ainda, de termômetro para que o governo entenda como está a demanda e a oferta de crédito no país.
Entre as operações mais comuns e sobre as quais o imposto incide, estão empréstimos, serviços de câmbio (troca de moedas), operações no cartão de crédito (parcelamento de fatura, por exemplo) e outras operações de diferentes setores da economia. Para as pessoas físicas, o aumento do IOF impactará, principalmente, no que corresponde ao uso do cartão de crédito em viagens internacionais e a compra de moedas estrangeiras em espécie.
O que muda com o aumento do IOF?
Ao anunciar o aumento do IOF em transações cambiais, o Governo, por meio do Ministério da Fazenda, defendeu que a decisão considerou a padronização das taxas, uma vez que hoje existem diferentes alíquotas nas transações. Veja abaixo as principais mudanças.
- Compras com cartões pré-pagos internacionais e remessas: o IOF cobrado era de 3,38% e agora é de 3,5%.
- Compra de moeda estrangeira em espécie: o IOF cobrado anteriormente à publicação do decreto era 1,1% e agora será de 3,5%.
Dicas para sua viagem
Essas são as duas principais mudanças que o aumento do IOF traz para os viajantes. Mas não se assuste: se você tem uma viagem marcada ou está planejando uma viagem, é possível estudar as melhores formas de levar dinheiro para fazer suas compras no exterior.
A nossa dica, portanto, é: verifique não só as taxas de IOF sobre as transações cambiais e de compras com cartões pré-pagos, contas globais e cartões de crédito tradicionais, mas observe também outros valores cobrados, como o spread cambial. Essa expressão, embora difícil, representa a taxa que as instituições cobram para lucrar sobre a venda das moedas estrangeiras.
Ou seja, o spread cambial é a taxa que as instituições financeiras usam para cobrir seus custos e riscos de operarem no mercado de compra e venda de moedas. Com o aumento do IOF, você deve observar qual empresa está cobrando o menor spread. Dessa forma, aquela antiga simulação de valores e comparações nunca foi tão útil e necessária.
Além disso, é possível economizar em outros pontos da viagem, como é o caso de passagens aéreas compradas com antecedência ou em datas promocionais. O importante, então, é não desanimar e seguir seus planos com pequenos ajustes e um orçamento mais detalhado, que tornarão a viagem e os seus sonhos reais.
Outras medidas anunciadas
Clicando neste link, é possível acompanhar a coletiva de imprensa em que houve o anúncio das mudanças e do aumento do IOF. Durante o evento, o Ministério da Fazenda também anunciou medidas que afetam pequenas empresas (pessoas jurídicas) no que diz respeito às taxas sobre empréstimos. Além disso, houve reforço daquelas alíquotas que seguem zeradas a depender do setor da economia.
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Imagem de Joshua Woroniecki por Pixabay